De origem latina, a palavra "massoterapia" representa a junção entre "Masso", palavra que significa massagem, e therapia, que quer dizer tratamento. Portanto, é o uso da massagem com o intuito de sanar distúrbios do corpo. Trata-se de uma área extremamente tradicional e que admite várias vertentes - algumas até sem qualquer embasamento teórico. Esse excesso de caminhos dificulta o estabelecimento de uma cronologia clara sobre o tema e justifica as acusações de charlatanismo e ineficiência que muitas vezes cercam o tema.
Os registros mais remotos do uso da massoterapia são oriundos das civilizações antigas do oriente. Em 300 a.C., Qi Bo e o imperador Amarelo publicaram na China "O clássico da massagem", a primeira obra sobre o tema que se tem conhecimento. No entanto, o único registro escrito dessa época que sobreviveu até hoje foi o Han Quan Shu, livro de massagem da dinastia Han.
Além dos orientais, os egípcios usavam a massoterapia em épocas remotas. Sacerdores recebiam massagens com a aplicação de óleos aromáticos depois dos banhos, e as técnicas eram usadas só com o intuito de proporcionar relaxamento.
Na Grécia e na Roma antiga, a massagem começou a extrapolar o estigma de técnica de relaxamento e começou a ser utilizada para prevenção e cura de doenças, assim como era feito entre os orientais. "O médico deve ter habilidade na fricção, já que a fricção pode unir uma junta que está com folga e afrouxar uma junta que está rígida demais", escreveu na época Hipócrates, um dos responsáveis pela gênese do conceito atual de medicina.
Durante a Idade Média, a prática da massoterapia foi banida da Europa por conta da forte influência da Igreja Católica - o contato com o corpo humano era considerado pecaminoso. A situação só mudou a partir do século XVI, quando o francês Ambroise Paré aproveitou os conhecimentos antigos sobre fricção e publicou uma obra sobre a aplicação disso em pacientes cirúrgicos. Por conta disso, Paré é aclamado como o pai da massoterapia moderna.
Terminologias e conhecimentos empregados por Paré persistem até hoje, assim como a técnica de massagem sueca, lançada no século XIX por Per Henrik Ling - outro profissional de grande valor para o desenvolvimento da área. Além dos conhecimentos da antigüidade, Ling montou sua metodologia a partir da base teórica da fisiologia, somada observações acerca de atletas da ginástica.
A Suécia deu outro passo importante para o desenvolvimento da massoterapia em 1813, quando a área foi incorporada como disciplina de uma escola. A partir disso, esse modelo foi incorporado por muitos outros países e difundido em toda a Europa - as estações de banho eram o principal pólo da massagem, que era praticada por leigos e profissionais igualmente.
No entanto, sobretudo depois da Revolução Industrial, o conceito de massoterapia como auxílio terapêutico encontrou forte resistência em virtude do desenvolvimento tecnológico e científico. Com isso, a massagem seguiu sendo apenas uma prática de relaxamento na civilização ocidental até o século XX - os orientais, assim como nos primórdios, seguiram aceitando as técnicas como um meio de prevenção e recuperação de distúrbios.
Em função disso, surgiram várias correntes diferentes da massoterapia, que deram origem às divisões que a área compreende atualmente. As técnicas chinesas tradicionais são próprias de um trabalho absolutamente diferente do que é feito por profissionais ligados à massagem geral. Há uma série de metodologias e correntes teóricas díspares até mesmo entre os orientais, o que suscita várias abordagens possíveis para um mesmo tipo de problema.
No século XX, várias pesquisas comprovaram o efeito positivo das técnicas de massagem. As ações cunhadas em empirismo e desempenhadas desde a antigüidade começaram a ser baseadas em conhecimento teórico, e isso valorizou a atuação da área. A massagem provoca a dilatação dos pequenos capilares, aumentando o fluxo sangüíneo na área tocada e auxiliando a drenagem de substâncias tóxicas em musculatura com contratura.
Além disso, a massagem pode influenciar o rendimento dos vasos linfáticos, que são caracterizados por circulação passiva e lenta. Ações para melhorar e ativar essa movimentação podem drenar edemas e solucionar outros tipos de problemas dos seres humanos.
Sabe-se, por exemplo, que o excesso de tensão de uma musculatura é um fator preponderante em casos de lesão. Por conta disso, além dos efeitos de relaxamento e cura que a massoterapia carregou ao longo dos anos, a técnica acabou sendo utilizada de maneira intensa na prevenção de problemas físicos.
Outras aplicações da massagem começaram a surgir no fim do século XX, como os benefícios estéticos da ativação do sistema linfático. A busca pela homeostase (equilíbrio dos processos do corpo) deixou de ser o único caminho pela área. E essa especialização é a principal razão para a massoterapia não ter perdido espaço na realidade do século XXI, a despeito das acusações de charlatanismo e ineficiência que permearam a área por muitos anos.
Bibliografia
BRAUN, Mary Beth & SIMONSON, Stephanie. Introdução à massoterapia. Editora Manole, 2007.
CLAY, James. Massoterapia clínica. Editora Manole, 2003.
DUFOR, M. Massagens e massoterapia. Editora Andrei, 2001.
Guilherme Costa
Os registros mais remotos do uso da massoterapia são oriundos das civilizações antigas do oriente. Em 300 a.C., Qi Bo e o imperador Amarelo publicaram na China "O clássico da massagem", a primeira obra sobre o tema que se tem conhecimento. No entanto, o único registro escrito dessa época que sobreviveu até hoje foi o Han Quan Shu, livro de massagem da dinastia Han.
Além dos orientais, os egípcios usavam a massoterapia em épocas remotas. Sacerdores recebiam massagens com a aplicação de óleos aromáticos depois dos banhos, e as técnicas eram usadas só com o intuito de proporcionar relaxamento.
Na Grécia e na Roma antiga, a massagem começou a extrapolar o estigma de técnica de relaxamento e começou a ser utilizada para prevenção e cura de doenças, assim como era feito entre os orientais. "O médico deve ter habilidade na fricção, já que a fricção pode unir uma junta que está com folga e afrouxar uma junta que está rígida demais", escreveu na época Hipócrates, um dos responsáveis pela gênese do conceito atual de medicina.
Durante a Idade Média, a prática da massoterapia foi banida da Europa por conta da forte influência da Igreja Católica - o contato com o corpo humano era considerado pecaminoso. A situação só mudou a partir do século XVI, quando o francês Ambroise Paré aproveitou os conhecimentos antigos sobre fricção e publicou uma obra sobre a aplicação disso em pacientes cirúrgicos. Por conta disso, Paré é aclamado como o pai da massoterapia moderna.
Terminologias e conhecimentos empregados por Paré persistem até hoje, assim como a técnica de massagem sueca, lançada no século XIX por Per Henrik Ling - outro profissional de grande valor para o desenvolvimento da área. Além dos conhecimentos da antigüidade, Ling montou sua metodologia a partir da base teórica da fisiologia, somada observações acerca de atletas da ginástica.
A Suécia deu outro passo importante para o desenvolvimento da massoterapia em 1813, quando a área foi incorporada como disciplina de uma escola. A partir disso, esse modelo foi incorporado por muitos outros países e difundido em toda a Europa - as estações de banho eram o principal pólo da massagem, que era praticada por leigos e profissionais igualmente.
No entanto, sobretudo depois da Revolução Industrial, o conceito de massoterapia como auxílio terapêutico encontrou forte resistência em virtude do desenvolvimento tecnológico e científico. Com isso, a massagem seguiu sendo apenas uma prática de relaxamento na civilização ocidental até o século XX - os orientais, assim como nos primórdios, seguiram aceitando as técnicas como um meio de prevenção e recuperação de distúrbios.
Em função disso, surgiram várias correntes diferentes da massoterapia, que deram origem às divisões que a área compreende atualmente. As técnicas chinesas tradicionais são próprias de um trabalho absolutamente diferente do que é feito por profissionais ligados à massagem geral. Há uma série de metodologias e correntes teóricas díspares até mesmo entre os orientais, o que suscita várias abordagens possíveis para um mesmo tipo de problema.
No século XX, várias pesquisas comprovaram o efeito positivo das técnicas de massagem. As ações cunhadas em empirismo e desempenhadas desde a antigüidade começaram a ser baseadas em conhecimento teórico, e isso valorizou a atuação da área. A massagem provoca a dilatação dos pequenos capilares, aumentando o fluxo sangüíneo na área tocada e auxiliando a drenagem de substâncias tóxicas em musculatura com contratura.
Além disso, a massagem pode influenciar o rendimento dos vasos linfáticos, que são caracterizados por circulação passiva e lenta. Ações para melhorar e ativar essa movimentação podem drenar edemas e solucionar outros tipos de problemas dos seres humanos.
Sabe-se, por exemplo, que o excesso de tensão de uma musculatura é um fator preponderante em casos de lesão. Por conta disso, além dos efeitos de relaxamento e cura que a massoterapia carregou ao longo dos anos, a técnica acabou sendo utilizada de maneira intensa na prevenção de problemas físicos.
Outras aplicações da massagem começaram a surgir no fim do século XX, como os benefícios estéticos da ativação do sistema linfático. A busca pela homeostase (equilíbrio dos processos do corpo) deixou de ser o único caminho pela área. E essa especialização é a principal razão para a massoterapia não ter perdido espaço na realidade do século XXI, a despeito das acusações de charlatanismo e ineficiência que permearam a área por muitos anos.
Bibliografia
BRAUN, Mary Beth & SIMONSON, Stephanie. Introdução à massoterapia. Editora Manole, 2007.
CLAY, James. Massoterapia clínica. Editora Manole, 2003.
DUFOR, M. Massagens e massoterapia. Editora Andrei, 2001.
Guilherme Costa
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