terça-feira, 22 de novembro de 2011

Musicos e dor - feliz dia dos músicos



Instrumentos de cordas

Os intérpretes de instrumentos de cordas são os que mais sofrem com dor e lesões nas costas, ombros, e zona da cervical. O tipo de dor vai depender particularmente do gênero de instrumento usado, a sua altura , peso, e o fator de se estar sentado ou de pé enquanto executa os movimentos .
Normalmente complicações tais como músculos em espasmo constante, parastesia nos dedos das mãos, problemas no pulso, cervical e até maxilar, afetam os executantes de instrumentos de cordas.

Instrumentos de sopro

Estes executantes são mais propensos a lesões e dor direcionada ao ouvido, nariz,boca, cervical e também braços e ombros.
Problemas e complicações na laringe e retina podem ocorrer devido a excesso de pressão do ar aquando da execução das técnicas de sopro.
Quanto aos ombros e pescoço, depende da forma como o músico aborda a sua performance através da sua expressão corporal e gesto, gerando hábitos e padrões de postura que se vão revelar nocivos para o alinhamento natural da estrutura.
Quanto aos braços e mãos eles são a ferramenta principal para a execução do instrumento logo, os músculos relativos ao movimento do pulso( extensor do carpo, flexores da mão e dedos ) são normalmente os mais afetados em caso de lesão devido a uso repetitivo.

Lesões especificas para estes executantes

Tendinites- inflamação e irritação dos tendões devido a uso repetitivo

Sindrome do túnel cárpico- Parestesia no dedo polegar, indicador e dedo médio.

Tenossivite de quervain- Caracterizada por dor no pulso e antebraço

Massagem em paralelo com técnicas neromusculares e alongamentos passivos, são de extrema importância para o alivio destas lesões. Mais uma vez será bastante mais eficaz a aplicação da consciência de postura correta aquando da aprendizagem do instrumento. Dependendo se é executado de pé ou sentado ,existem posturas naturais que promovem o equilíbrio entre grupos musculares e educam desde logo o corpo a manter-se na sua forma anatômica natural. A prevenção e o ponto de partida tomando em consideração posições dos membros que visam o equilibrio e harmonia entre a pélvis e os outros membros do corpo.

Obviamente o nosso corpo é dotado de inteligência superior, e avisa-nos sempre quando algo não está bem através da transmissão das sensacões nervosas de dor. Portanto sempre que a dor se manifesta o melhor é levar em consideração e parar com a tarefa em questão. Quando assim é , torna se muito mais fácil a nível de tratamento.

A Arte de sentar sem dor

Sentar é bem mais complicado do que estar de pé. Quando se esta de pé, permitimos ao corpo movimentar-se de forma mais livre mantendo um bom equilibrio muscular evitando dor e desconforto.Por sua vez sentar permite que o peso do nosso corpo acente sobre um pé ou outro de acordo com o movimento dos braços. Com isto será ideal sentarmos de uma forma que permita ao nosso corpo o mesmo suporte e liberdade de movimentos enquanto estamos de pé. Se as mudanças naturais de peso para um dos lados são de alguma forma inibidas, não obteremos o equilibrio necessário na estrutura facilitando tensão e por conseguinte dor e desconforto.

De acordo com algumas observações por parte de fontes na área da pedagogia na música , músicos que tocam sentados, quando os pés não estão bem colocados , ou seja, bem alinhados com a linha da rótula, as articulações do joelho e da coxa trancam, limitando a plena mobilidade. Até os mais simples movimentos dos braços durante a execução dos instrumentos , são levados a cabo de forma mais perfeita dependendo da correspondência das pernas enquanto posicionadas de forma correta.

De acordo com fontes relacionadas com o estudo da postura, o corpo humano não foi desenhado para estar sentado com as coxas posicionadas a um ângulo de 90 graus com o tronco .O osso do fêmur quando da sua rotação sobre a articulação da pélvis, obtêm a sua máxima performance aos 60 graus de amplitude de flexão. Tudo o que seja para além deste limite obrigará a pélvis a inclinar, ou rodar posteriormente ( cerca de 30 graus) no sentido de compensar o centro de gravidade perdido, e consequentemente influencia o tronco a dobrar sob a forma de um C , neutralizando assim a capacidade total do diafragma para a execução de uma respiração eficiente e saudável.
Logo, para que o tronco se mantenha ereto é necessária uma força considerável para o conseguir. Esta força usada de forma repetitiva, vai causar cansaço muscular nas costas, dor desconforto e enfraquecimento.



Quer com isto dizer que estar sentado com as pernas alinhadas a 60 graus com o tronco, será a forma ideal para obtenção de uma respiração correcta sem forçar músculos ou distorcer e enfraquecer o alinhamento da estrutura .
Isto pode ser conseguido através de uma cadeira desenhada e pensada de uma forma ergonómica , ou até se houver o cuidado em ajustar a posição de uma qualquer cadeira inclinando para a frente 20 30 graus através da colocação de volume na parte posterior da mesma, compensando com almofada na zona do assento. Basicamente a posição dos joelhos abaixo da anca será o ideal, assim como os pés um pouco mais afastados entre ambos e colocados ligeiramente a frente dos joelhos. Isto vai permitir uma correspondência correta e maior liberdade de movimento para os membros superiores. Para violoncelistas será de grande importância considerar este alinhamento para prevenção de dor e desconforto enquanto executam seus instrumentos.

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