segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Massagem entre peixes diminui o nível de estresse no animal

De acordo com os pesquisadores, o nível de estresse do peixe-cirurgião é menor quando recebe a massagem


Peixe-cirurgião (Acanthurus chirurgus)


Um estudo realizado pela Universidade de Neuchâtel, na Suíça, e pelo Instituto Superior de Psicologia Aplicada, em Portugal, mostra que os seres humanos não são os únicos que gostam de uma massagem, mas os peixes também. De acordo com os cientistas, os peixes-cirurgiões (Acanthurus chirurgus) - utilizados na pesquisa - que receberam a massagem, tiveram menores níveis de estresse, relacionado ao hormônio cortisol, no sangue.

Os pesquisadores afirmaram que na natureza o peixe-cirurgião “recebe” a massagem do bodião-limpador (Labroides dimidiatus), que também limpa sua escama de parasitas.

O peixe-cirurgião vai a um lugar específico, que os cientistas chamaram de “estação de limpeza”, e se posicionam para que os “faxineiros” iniciem seu trabalho de remoção dos parasitas. Às vezes, os pequenos peixes trapaceiam e se alimentam do muco que cobre o cirurgião. Este, porém, quer manter essa sua proteção.

Então, para conseguirem seu alimento favorito - o muco - e criar uma boa relação com o “cliente”, os faxineiros acariciam as costas do peixe-cirurgião com as barbatanas pélvica e peitoral.

Para o teste, peixes-cirurgiões capturados da Grande Barreira de Coral, na Austrália, eram expostos a peixes de mentira, que simulavam o bodião-limpador, durante duas horas por dia, em um período de dez dias, enquanto outros não eram submetidos às limpezas. Em seguida, amostras de sangue dos animais foram recolhidas para a medição do nível de cortisol - o hormônio relacionado ao estresse.

O resultado foi que os peixes que passavam pela limpeza tinham níveis menores de cortisol no sangue, em relação aos que não eram limpos.

Na segunda parte da pesquisa, todos os peixes-cirurgiões foram colocados em baldes - algo extremamente estressante para eles. Porém, foi constatado que os que haviam sido massageados ainda tinham menores níveis de cortisol.

Segundo os pesquisadores, a relação entre as duas espécies de peixe é a mesma entre dois humanos, uma que faz e outro que recebe a massagem, mesmo que nunca tenham se visto.

Este é o primeiro estudo que comprova os benefícios da massagem em peixes. Além disso, a pesquisa mostra uma nova perspectiva entre os animais envolvidos na pesquisa.

por Olavo Guerra
Fonte: National Geographic Brasil Online

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