terça-feira, 26 de julho de 2011

Massagem- terapia manual



Para a OMS (2005: 05) a terapia manipulativa espinhal inclui todos os processos onde as mãos ou dispositivos mecânicos são usados para mobilizar, ajustar, manipular, aplicar a tração, massagem, estimular ou influenciar a espinha e tecidos paravertebrais, com o objetivo de influenciar a saúde do paciente.

É uma parte da fisioterapia constituída por um conjunto de métodos e atos com a finalidade terapêutica ou a finalidade preventiva que aplicamos manualmente sobre os tecidos musculares, ósseos, conjuntivos e nervosos, obtendo de forma direto e/ou reflexa, reações fisiológicas que equilibram e normalizam as diversas alterações musculares, osteoarticulares, orgânicas e funcionais, assim como suas manifestações dolorosas. Atuam sobre restrições de mobilidade de qualquer elemento conjuntivo de desordens mecânicas ou de bloqueios funcionais. A ação manual sobre os tecidos é realizada dentro dos limites da mobilidade fisiológica. Este conjunto de métodos e de atos poderá desencadear assim mesmo respostas vegetativas e estimular também a circulação linfática e sangüínea (VARGAS, 2003).

Trata-se da utilização terapêutica das mãos de forma rigorosa, metódica, treinada e científica, a partir da anamnésia minuciosa e detalhada, do estudo, exploração e valorização do paciente, e de provas complementares; enumerado todo ele em um conhecimento profundo de base fisioterápica da anatomia, fisiológica e do processo fisiopatológico (VARGAS, 2003).

Os osteopatas, quiropráticos e terapeutas manuais são treinados para executar manipulações e ajustes no organismo, essas técnicas podem mobilizar as articulações, melhorar a gama de movimentos, relaxarem os músculos e reduzir a dor muscular. (CHAITOW, 2002) De acordo com Lederman (2001) a terapia manual consiste em utilizar as mãos como forma de cura, podendo ser definida como uso da manipulação com propósitos terapêuticos. Os instrumentos de trabalho do terapeuta manual são baseados em técnicas, que permitem uma maior abrangência no tratamento de diferentes patologias, tendo como principal objetivo, influenciar a capacidade de reparo e cura do organismo, sendo que as modificações podem ocorrer em diferentes níveis, onde algumas estão relacionadas ao processo de reparo local, outras com a melhora da função neuromuscular e também no comportamento geral do indivíduo. Em cada um desses níveis ocorrerá uma resposta de forma diferente ao tratamento, porém algumas formas específicas podem atuar sobre todos esses mecanismos em conjunto.

Segundo BIENFAIT (1997), a lesão é uma tensão fascial causada por pequenos movimentos articulares juntamente com a frouxidão ligamentar, onde é verificada uma boa mobilidade no sentido da lesão diminuindo à tensão, e uma dificuldade de movimentação no sentido contrário, ou seja, no sentido da correção da mesma. Segundo Lederman (2001), a organização do tecido local é composta de tecidos moles como a pele, músculos, tendões, ligamentos, estruturas articulares e os diferentes sistemas de fluídos, como vascular, linfático e sinovial, onde as forças mecânicas transmitidas pela manipulação agem sobre os tecidos de três formas principais, sendo elas:

- Processos de reparo após lesão dos tecidos, onde a remodelação depende da estimulação mecânica, tornando possível a melhora da força tensiva e flexibilidade do tecido;

- Alterações das propriedades físicas e mecânicas, onde o terapeuta atuará com intuito de modificar as estruturas dos tecidos em processos patológicos como contraturas, aderências, encurtamentos de tecidos moles promovendo o alongamento e normalização dos mesmos.

- Alterações locais na dinâmica dos fluídos, melhorando a entrada e saída dos mesmos, devido à redução das obstruções estruturais no interior do tecido, podendo assim reduzir a dor e o processo inflamatório.

Os efeitos causados na mente e nas emoções pela manipulação e toque exercem uma parte importante dentro da organização psicofisiológica, onde o toque é visto como um estímulo vigoroso a essa organização. Toda a emoção é associada a uma resposta somática padronizada podendo ocorrer manifestações e alterações inespecíficas ou autônomas generalizadas no tônus muscular, e alterações a tolerância à dor. (LEDERMAN, 2001)

Trajetos neurais das terapias manuais
Segundo Cassar (2001) os trajetos neurais envolvidos na massagem pode ser mais bem compreendido pela revisão de alguns aspectos do sistema nervoso. Três tipos de neurônio formam o sistema nervoso, conforme descrito a seguir:
1. Neurônios aferentes (sensoriais). Transmitem informações dos tecidos e órgãos do corpo para o sistema nervoso central (SNC).
2. Neurônios eferentes (motores). Transmitem informações do SNC para as células efetoras (músculos ou glândulas), que recebem o impulso e a ele reagem. Os axônios de neurônios aferentes e eferentes juntam-se para formar os nervos espinhais, que emergem entre as vértebras.
3. Interneurônios. São encontrados apenas no SNC e formam conexões entre os neurônios aferentes e eferentes. Em alguns casos, entretanto, um impulso é transmitido entre neurônios aferentes e eferentes sem passar por um interneurônio; um exemplo é o reflexo do tendão patelar (ou de espasmo do joelho), no qual um golpe no tendão patelar estimula os receptores do alongamento muscular, resultando em uma contração muscular imediata. Os interneurônios também agem como “chaves” que podem ligar um impulso ou desligar e inibir sua transmissão. O sistema nervoso é dividido em duas partes: central (SNC), que compreende o cérebro e a medula espinhal, e o periférico, que consiste nos nervos exteriores ao SNC. O sistema nervoso periférico transmite sinais entre o SNC e todas as outras partes do corpo e consistem em 12 pares de nervos cranianos e 31 pares de nervos espinhais. Todos os nervos espinhais e a maioria dos nervos cranianos contêm axônios de neurônios aferentes e eferentes e podem, portanto, ser classificados como pertencentes às divisões aferente (sensorial) ou eferente (motora)
do sistema nervoso periférico.

Referências:
OMS – Organização Mundial da Saúde; Guidelines on basic training and safety in chiropractic, 39.
Disponível em: www.whqlibdoc.who.int/publications/2005/9241593717_eng.pdf
Acesso: 09 de junho de 2010.

Vargas, Adriana et al; Método Kaltenborn-Evjenth e crochetagem de Ekman; 2003 Fonte: www.wgate.com.br/conteudo/…/kaltenborn.htm
Data: 12/01/2011

Bienfait, Marcel. Bases elementares técnicas de terapia manual e osteopatia. 2.ed. São Paulo: Summus, 1997.

Cassar, MP; Manual de massagem terapêutica, 2001 – Fonte: dicaquente.com.br

Chaitow, Leon. Síndrome da Fibromialgia: um guia para o tratamento. São Paulo: Manole, 2002.

Lederman, Eyal. Fundamentos da terapia manual: fisiologia neurologia psicologia. São Paulo: Manole, 2001.

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