A massagem propõe que você entre em contato não só com seu corpo, mas com tudo que está guardado nele. Uma dor no meio das costas, por exemplo. Ela pode ser causada pelo pescoço, que está muito pra frente, sobrecarregando a coluna cervical. O pescoço projetado para a frente é um erro de postura que, independentemente de sua história, pode ser interpretado como excesso de ansiedade, idéias à frente dos fatos, falta de contato com o hoje. Para resolver a dor, só vivendo mais no aqui e agora.
Explico: com os pensamentos no presente, o corpo fica mais centrado, e sua cabeça, nuca e pescoço relaxam naturalmente. Por outro lado, vendo a questão à luz da medicina chinesa, um bom doutor poderia lhe dizer algo quase incompreensível, como: “Existe uma deficiência de yin do Gan e do Shen com ascensão de fogo falso do Gan. Há um excesso de atividade, hiperestimulando o metabolismo. Falta acalmar a mente, repousar e nutrir-se. Ou seja, mesmo por outro ponto de vista, você também precisa entrar em contato com o presente”. No final, a massagem – sim, aquela deliciosa massagem – visa uma cura completa, uma revisão da sua vida, não um alívio rápido para dores. Para isso bastariam analgésicos. E pode não ser uma revisão rápida.
Existe, é claro, uma sintonia entre você, seu desconforto, seu problema e a massagem ideal, o método, a técnica, o jeito do terapeuta. Além disso, algo que se pode sentir na pele: para cada necessidade, um jeito e uma combinação de tocar. Pode-se sedar ou energizar. Usar um dedo só, ou vários, a mão aberta ou fechada. Vale a palma da mão, o dorso, o punho fechado, os cotovelos e até os pés. Agora, a escolha de qual técnica é melhor para seu problema, isso é subjetivo, é relativo, misterioso. Mas, é claro, rastreamos algumas pistas e agora vamos a elas.
A hora da escolha
Massagem ayurvédica: A visão ayurvédica compreende a existência de cinco elementos – o espaço, o ar, o fogo, a água e a terra – combinados em três doshas, ou humores, e que cada um de nós se encaixa em um desses humores. Assim, a essência escolhida – a massagem ayurvédica usa e abusa de óleos aromáticos e extratos de ervas medicinais – irá combinar com o seu tipo de humor.
Do in: É uma técnica milenar chinesa. No Japão, ganhou o nome atual, que significa “o caminho de casa” – casa é o corpo, morada do espírito e do chi, a energia vital. O tratamento baseia-se na pressão com o polegar sobre os centros ou pontos de captação e armazenamento de energia do organismo. “Ao conhecer esses pontos, você pode dar uma geral em toda a energia do corpo e fazer, com as próprias mãos, a manutenção diária de sua vitalidade”, diz Juracy Cançado, o introdutor do do in no Brasil.
Reflexologia: Foi baseada na medicina chinesa tradicional que a massagista americana Eunice Inghan desenvolveu um método de massagem só com pressões puntiformes sobre os pés. Para quem se candidatar, um lembrete: sempre é bom ir à sessão com seus pés bem cuidados, evitando uma saia-justa.
RPG: A reeducação postural global é uma técnica de fisioterapia que, através de exercícios posturais, alongamentos musculares e, claro, massagens, busca tirar a tensão das junções dos músculos, que se sobrepõem. Esses engavetamentos são comuns e ocorrem por erros de postura, respiração incorreta, sua história de vida, sua genética.
Shiatsu: Shi = dedo, atsu = pressão. Originário da China, o shiatsu ganhou seu formato dolorido e preciso no Japão, onde fincou raízes, fez história e criou método próprio. A técnica oriental conjuga a massagem, alongamentos e a pressão dos dedos tanto nos pontos de acupuntura como nos meridianos (canais por onde a energia vital circula no corpo). É um tipo de “acupuntura com os dedos”. Através dos canais – os tais meridianos – uma corrente vibracional circula conectando o céu (yang), no centro espiral da cabeça, à terra (yin), na parte inferior do corpo. Impossível não dizer que dói bastante. Também impossível não esclarecer que o alívio é proporcional às dores.
Fonte: Revista Vida Simples
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