Ajudam a relaxar, mas não só. Pesquisas mostram que, recebidas com regularidade, têm também uma palavra a dizer na manutenção da saúde e no combate a diversas doenças. Saiba por que as massagens não são um luxo e por que deve pô-las na agenda.
Entrou o ano novo a queixar-se de problemas velhos como dores nas costas, cansaço crónico, noites mal dormidas, distúrbios digestivos e nariz a pingar? Experimente uma massagem. Vários estudos recentes confirmam que as massagens podem ser benéficas em vários desequilíbrios do organismo, ajudando na prevenção e combate a inúmeras doenças. Exemplos? Depressão, ansiedade, fibromialgia, hipertensão, problemas musculares e articulares, obstipação, asma, alergias e até alguns tipos de cancro revelaram melhorias após tratamentos com massagens.
Se as antigas medicinas tradicionais, como a chinesa ou a ayurvédica, sempre defenderam o seu poder terapêutico, no ocidente a desconfiança falou mais alto até os cientistas começarem a esmiuçar o que acontece no corpo após uma sessão profissional. Hoje sabe-se que basta uma massagem de cerca de 45 minutos para reduzir, no sangue, não só os níveis de cortisol, a chamada hormona do stress, mas também de proteínas ligadas a processos inflamatórios e a reações alérgicas. Mais: após uma sessão é vulgar o aumento da produção de substâncias promotoras de bem-estar, como dopamina, serotonina ou oxitocina. E os investigadores salientam ainda a multiplicação de células defensivas, o que significa reforço da imunidade.
Um estudo recente confirmou ainda o poder da massagem no combate a uma das pragas da sociedade moderna: as dores nas costas, que, só em Portugal, afetam cerca de 72 por cento da população, de acordo com uma investigação realizada junto de mais de 600 pessoas, com mais de 18 anos, organizada conjuntamente pela Sociedade Portuguesa de Patologia da Coluna, pela Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia e ainda pela Sociedade Portuguesa de Neurocirurgia. «Descobrimos que os benefícios da massagem nas dores crónicas nas costas são tão fortes como os de outros tratamentos habitualmente prescritos, como medicamentos, acupunctura, exercício ou ioga, podendo prolongar-se mesmo ao longo de seis meses», afirmou Daniel C. Cherkin, um dos autores da pesquisa norte-americana divulgada, em meados de 2011, na publicação científica Annals of Internal Medicine.
Depois é certo e sabido que, além de ajudarem a esta descontração muscular e articular, as massagens melhoram a circulação sanguínea e linfática, o que resulta numa diminuição de toxinas acumuladas. Algo muito útil neste período pós-festas em que o organismo está sobrecarregado de resíduos de todo o tipo de abusos. Na estação fria, as massagens contribuem também para manter uma boa temperatura corporal e para combater a letargia típica do inverno, ao trazerem um acréscimo de energia. Mas não só. Ajudam igualmente a uma maior consciência das necessidades do próprio corpo, mais esquecido quando começa a ser tapado por camisolas e casacos e, por vezes, maltratado pela mente controladora.
Antes de se entregar às mãos de um terapeuta, note que, no caso de doenças graves ou crónicas, que exijam a toma diária de medicação, deve aconselhar-se com o seu médico. Precaução respeitada, é escolher a massagem que mais se adequa à sua situação. Existem inúmeras técnicas diferentes: relaxantes ou estimulantes, suaves ou intensas, de corpo inteiro ou parciais, com óleos ou sem eles, em que se tira a roupa ou se fica com ela. Pergunte tudo na hora de marcar e informe sempre o profissional sobre o seu estado de saúde e motivos reais para a sessão. Só assim ele poderá oferecer-lhe tudo o que a massagem tem para lhe dar.
A ESCOLHA É SUA
SHIATSU: eficaz no stress, ansiedade, insónia, dores nas costas e outras tensões, esta terapia tradicional japonesa ajuda à vitalidade do organismo e fortalece o sistema defensivo, utilizando pressões com os dedos e estiramentos em zonas específicas do corpo.
TUINA: disciplina da medicina tradicional chinesa, esta técnica vai além do relaxamento, sendo indicada como auxiliar no tratamento de desequilíbrios energéticos causadores de doença. É intensa e estimulante.
AYURVÉDICA: suave, mas atingindo profundamente o organismo, esta antiga técnica indiana é conhecida pelos seus efeitos apaziguadores no stress e sentimentos depressivos. Ajuda também nas dores musculares e articulares, enxaquecas e estimulação do sistema imunitário.
RELAXAMENTO: a mais conhecida, recorre a movimentos suaves para serenar o corpo e recuperar a vitalidade. Útil no combate ao stress, ansiedade, insónia e dores resultantes de más posturas, é também benéfica contra as toxinas acumuladas e na resistência das defesas.
DRENAGEM LINFÁTICA: muito suave, mas profunda, esta técnica estimula a circulação linfática, ajudando o organismo a livrar-se de resíduos e a reforçar a imunidade. Indicada para retenções de líquidos crónicas e pessoas sedentárias, nas quais o sistema linfático é preguiçoso.
PEDRAS QUENTES: muito em voga, esta técnica recorre a pedras de basalto aquecidas colocadas em pontos específicos do corpo. O calor é usado para promover o relaxamento, equilibrar a energia, libertar tensões, melhorar a circulação e expulsar toxinas, o que fortalece o sistema defensivo.
REFLEXOLOGIA: trabalhando os pés, repletos de terminações nervosas e local onde órgãos e glândulas se refletem, esta terapia promete equilíbrio, ajudando na insónia, prisão de ventre, enxaqueca, alergias e dores musculares. Ao favorecer a eliminação de toxinas, estimula também as defesas.
AROMATERAPIA: técnica que associa a massagem de relaxamento aos óleos essenciais em busca de bem–estar físico e mental. Respeitando as necessidades do paciente, o terapeuta usa essências que combatem o stress e a ansiedade, relaxam as tensões ou ajudam noutras queixas individualizadas.
Por: Cristina Azedo [vamos-viver-melhor.blogspot.com] 04/03/2014
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