quarta-feira, 31 de julho de 2013

Massagem deixa de ser artigo de luxo



Ela já foi vista como luxo. Hoje, sua função terapêutica é conhecida e demonstrada em pesquisas e seus preços são até acessíveis. Nem por isso a massagem deve ser consumida sem informações prévias e indicação certa
 Massagem deixou de ser artigo de luxo. Sites de compra coletiva estampam pacotes em spas e clínicas a preços baixos.  No Peixe Urbano, por exemplo, a oferta de massagens relaxantes aumentou 500% em um ano (comparando o último trimestre ao mesmo período de 2010), segundo o site.
 O Spa Week, evento que oferece esses serviços a preços promocionais por duas semanas, já chegou à quinta edição no Brasil e se espalhou por cinco estados. Graças a isso, 20 mil pessoas pisaram em um spa pela primeira vez na vida até a penúltima edição, em abril deste ano.
 A cada edição 60% dos atendidos são novos clientes”, diz Elaine Vieira, da Associação Brasileira de Clínicas e Spas. A popularização tem seu lado bom: torna as técnicas de massoterapia mais conhecidas. “As pessoas têm mais consciência de que podem recorrer a esse recurso terapêutico sempre que precisarem e começam a abandonar a ideia de que massagem é esotérica”, diz Afonso William Ribeiro, presidente da Associação Nacional dos Terapeutas
COMO UM PRODUTO
O lado ruim é que muitos compram terapias como se fossem produtos. “Toda massagem tem indicação e contraindicação”, diz Perla Teles, fisioterapeuta e membro do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional.
“Muitos compram pacote sem conhecer o local, a técnica e o profissional”.
A maioria das massagens é contraindicada em casos de câncer, doenças de circulação e de pele. “Quem tem problema vascular e não fez consulta prévia pode sofrer embolia pulmonar na drenagem linfática”, diz Teles.
Ninguém deve sair da sessão pior do que entrou, diz o terapeuta Afonso Ribeiro. “A pessoa pode sentir uma dor durante, mas não ficar dolorida depois”.
Uma questão é a qualificação profissional. Massoterapia não é regulamentada e cada técnica exige conhecimento específico.
A massagem ayurvédica, por exemplo, deve ser orientada por alguém que tenha conhecimentos profundos em medicina ayurveda, explica Homero de Azevedo, da Academia Internacional de Ayurveda Yoga do Brasil e Terapias Integradas. “É preciso entender de fitoterapia, além de conhecer o perfil da pessoa. Ayurveda não é massagem com óleo quente”. Segundo Azevedo, o melhor é fugir de pacotes que não incluam pré-consulta ou ao menos o preenchimento de um questionário.

BENEFÍCIOS DA MASSAGEM                          
Quando bem aplicada, a massagem relaxa, ajuda a tratar o estresse e a dor crônica, segundo a fisiatra Marta Imamura, do Hospital das Clínicas de SP. Ela foi coautora de uma revisão de estudos científicos sobre os benefícios da massagem no tratamento da dor lombar inespecífica - sem causa determinada.  O artigo avaliou 13 estudos. Em oito, a técnica foi comparada a tratamentos como acupuntura e fisioterapia. A massagem foi tão ou mais eficaz que os outros. “A dor causa contração muscular. A massagem relaxa o músculo e aumenta a circulação sanguínea”. Os resultados dos estudos foram com tratamentos mais longos (duas sessões por semana por dez semanas), mas uma só sessão já traz efeitos.

Juliana Vines/Folhapress

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