quarta-feira, 27 de abril de 2016

A CAPACIDADE DO TOQUE HUMANO


O toque tem um potencial, na saúde, que vai muito além do simples relaxamento. Só recentemente que começou a dedicar mais atenção a essa área. Já se sabe que um toque carinhoso básico acalma o estresse cardiovascular e ativa o nervo vago, diretamente ligado à resposta compassiva da pessoa. Tocar pacientes com a doença de Alzheimer lhes dá grandes benefícios em termos de relaxamento, redução da depressão e estabelecimento de conexões emocionais com outras pessoas. 

De acordo com Dra. Tiffany, a massagem terapêutica reduz o cortisol, hormônio ligado ao estresse, e aumenta a produção de dois neurotransmissores, a dopamina (que estimula a atividade do sistema nervoso central) e a serotonina (responsável, entre outras funções, pela liberação de diversos hormônios e associada ao estado de felicidade).

No Instituto de Pesquisas do Toque, Tiffany tem feito diversas experiências de massagem terapêutica em pacientes com os mais variados problemas de saúde. “Não há uma única condição que tenhamos observado – incluindo o câncer (ca) – que não tenha respondido positivamente à massagem”, afirma. Nos estudos ela constatou que a massagem terapêutica alivia problemas autoimunes (amplia a função pulmonar em casos de asma e reduz os níveis de glicose na diabete) e aumenta a função imune). Ela descobriu ainda que crianças autistas (as quais, segundo se acreditava, detestam ser tocadas) adoram ser massageadas pelos pais ou por um terapeuta. O toque também ajuda a deixar as pessoas mais alertas e melhora seu desempenho. 

Um estudo da Universidade da Califórnia, Berkeley, publicado em 2010 na revista Emotion, avaliou se há uma relação entre as vitórias dos times da National Basketball Association (NBA, a liga norte-americana de basquete) e os toques entre jogadores.

Os pesquisadores descobriram que dois dos times de melhor rendimento – o Boston Celtics e o Los Angeles Lakers – eram os líderes em toques entre jogadores (foram considerados toques o bater de mãos espalmadas, os abraços e as peitadas). Já as duas equipes nas quais os jogadores menos se tocavam, o Sacramento Kings e o Charlotte Bobcats, tiveram desempenho medíocre.

A educação é outra área que pode se beneficiar do toque. Em um estudo do psicólogo francês Nicolas Gueguen, abordado em artigo publicado na revista Journal of Social Psychology, estudantes tocados no antebraço pelo professor evoluíram em termos de comportamento e produtividade, na comparação com os colegas não tocados. Gueguen verificou ainda que, quando os professores dão tapinhas amigáveis em alunos, estes ficam três vezes mais propensos a participar ativamente da aula.Para Dacher Keltner, as pesquisas confirmam que existe uma conexão com um nível físico básico que deve ser exercitada. A princípio, ela não tem contraindicações e sua crescente lista de vantagens é cada vez mais lastreada em dados científicos, sem subjetivismos psicológicos. 

Quando alguém afirma a Tiffany Field que a massagem que ela e sua equipe aplicam é bem-sucedida porque “faz a pessoa se sentir bem”, a médica não deixa por menos: “Ora! A massagem funciona porque muda toda a sua fisiologia. ”

“Não há uma única condição de saúde que tenhamos observado – incluindo o câncer – que não tenha respondido positivamente à massagem”, afirma a médica Tiffany Field, da Universidade de Miami.


Fonte:
Edição 466 - Julho/2011 –Revista Planeta.
Universidade de Miami - 2002
Journal of Social Psychology-2004

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