A saúde é um valioso patrimônio pelo qual precisamos zelar e ao qual devemos dar valor. O corpo humano é um templo sábio, que funciona adequadamente se não tiver de passar por privações ou exageros. Não se pode compreender ou transformar a situação de saúde de um indivíduo ou de uma coletividade sem levar em conta que ela é produzida nas relações com o meio físico, social e cultural.
Vários são os mecanismos relacionados e determinantes das condições de saúde, incluindo os condicionantes biológicos, como idade, sexo e características pessoais, que podem estar relacionadas à herança genética; o meio físico, ou seja, condições geográficas, fontes de água para consumo, disponibilidade e qualidade dos alimentos, condições de habitação; assim como os meios socioeconômico e cultural, que denotam os níveis de ocupação e renda, o acesso à educação formal e ao lazer, hábitos e formas de relacionamento interpessoal e a possibilidade de acesso aos serviços que promovem e recuperam a saúde.
Alimentação e cultura são temas que vêm preocupando não só os antropólogos, mas também os estudiosos de nutrição. São uma espécie de alfa e ômega, pois, investigando-se o passado, é possível estabelecer dados mais seguros para o futuro. Estudos sistematizados da conduta humana em relação à alimentação comprovam que o hábito alimentar é parte inseparável de uma forma de viver a vida e da saúde que advém disso.
Nota-se que os hábitos alimentares estão intrinsecamente ligados aos costumes e aos valores culturais de cada povo em particular. Povos primitivos já estabeleciam certas restrições alimentares na gestação, no puerpério e na menstruação, por exemplo. A medicina empírica conferia importante valor aos alimentos, prescrevendo espécies de dietas para diversos males.
Realizando uma retrospectiva histórica e perpassando referências à conduta e às crenças em relação aos alimentos, é notável que alguns aspectos implicam em diferentes formas de viver e de se alimentar.
Mas, não há dúvida de que a saúde está intimamente ligada à dieta e aos hábitos alimentares das pessoas. Maus hábitos alimentares interferem na saúde e reduzem a vitalidade e a energia. Para recuperar a saúde, é indiscutível que se deve rever os hábitos alimentares.
Para mudar hábitos, deve-se deixar de lado as inúmeras desculpas para a indisciplina alimentar. Não é fácil mudar costumes herdados e arquivados em nossa memória; entretanto, é necessária a conscientização e a ação para interromper e incorporar, diariamente, novos hábitos alimentares e de vida, e nisso se incluem as chamadas dietas.
Mas o que é fazer dieta? Por que fazê-la? Para que fazê-la? Quais são os males de uma dieta restritiva?
Essas perguntas devem ser devidamente respondidas com a consciência dos danos que podem ocorrer à saúde se uma dieta for feita de maneira incorreta, e se for muito restritiva, esquecendo-se da qualidade e quantidade alimentar. Dentre as estratégias para mudar os hábitos alimentares, pode-se freqüentar um SPA, que possibilita iniciar uma reeducação alimentar. O dia-a-dia alimentar de um SPA oferece uma determinada quantidade calórica previamente estabelecida por uma avaliação profissional, distribuída em seis refeições diárias que respeitam o objetivo de cada pessoa, além de individualizar o tratamento dietético e, conseqüentemente, promover um resultado satisfatório.
No entanto, nenhuma mudança é iniciada sem nos conscientizarmos da necessidade de melhorar nossa qualidade de vida. Além disso, outras ações importantes são realizadas em um SPA, como atividades físicas e recreativas, hidroterapia, terapias corporais e faciais, etc.
O que é SPA?
A palavra SPA é originária do latim Sanus Per Acqua, ou seja, saúde pela água; também deriva da cidade de Spa-Francorchamp, estação de águas na Bélgica.
Na era pré-histórica, a água era utilizada para efeitos terapêuticos, em feridas, promovendo uma rápida cicatrização. Na Antigüidade, na cidade da Caldéia, na Pérsia e no Egito, existiam construções especiais e balneários públicos. Na Suíça, existem encanamentos na região das fontes naturais de águas quentes.
O banho sempre foi praticado pelos povos no decorrer da História por motivos higiênicos, religiosos, por prazer e também com finalidades terapêuticas. As terapias nas termas e balneários eram acompanhadas de massagens e dietas. Em todo o Império Romano, perto de fontes e poços de água mineral, havia termas para combater a fadiga, avivar as energias, curar as feridas e tratar dos males crônicos. Eram freqüentadas com entusiasmo não só pelos nobres, mas também pelos soldados e por todos os cidadãos. Muitos cidadãos ricos tinham seus banhos privados.
Os banhos romanos consistiam em banhos de água fria em pequenas piscinas para nadar, mas a influência grega fez com que também usassem o banho a vapor para abrir os poros da pele e induzir a transpiração. Houve, ao longo dos períodos históricos, várias concepções a respeito do poder de cura das águas. No entanto, foram substituídas gradativamente por bases científicas e conhecimentos médicos.
A modernidade fez com que a água medicinal deixasse de ser o sinônimo de SPA, que agora tem o sentido de centros de emagrecimento, de dietas e de descanso para combater o estresse.
Entre os métodos oferecidos em sistemas de SPA podemos destacar as dietas balanceadas (ou naturalistas, ou vegetarianas), terapias corporais como a hidroterapia, terapia com argila, talassoterapia (“talasso” vem do grego e significa mar), bronzeamento artificial, massagens, etc.
Este livro foi elaborado com base em uma vasta bibliografia e em pesquisas atuais, e destina-se exatamente a auxiliar na busca incessante da melhoria dos hábitos alimentares. Alimentar-se com sabedoria faz parte da meta que devemos traçar e alcançar com garra. Vencer é reconhecer nossos limites e não desistir, pois cometer erros e falhas faz parte da jornada da vida. Dar valor ao seu “templo” é reconhecer o verdadeiro sentido da vida e da felicidade.
Editora Alaúde
Capítulo 1 - SPA e saúde
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