Entrou o ano a queixar-se de problemas velhos como dores nas costas, cansaço crónico, noites mal dormidas, distúrbios digestivos e nariz constantemente a pingar?
Experimente uma massagem.
Se ainda pensa que estas servem apenas para mandar o stress embora e ajudar num ou noutro desconsolo estético, saiba que vários estudos realizados nos últimos tempos confirmaram que as massagens podem ser benéficas em vários desequilíbrios do organismo, ajudando na prevenção e combate a inúmeras doenças. Exemplos? Depressão, ansiedade, fibromialgia, hipertensão, problemas musculares e articulares, obstipação, asma, alergias e até alguns tipos de cancro mostraram evoluções positivas após tratamentos que incluíram massagens.
Se as antigas medicinas tradicionais, como a chinesa ou a ayurvédica, sempre defenderam o seu poder terapêutico, no ocidente a desconfiança falou mais alto até os cientistas começarem a esmiuçar o que acontece no corpo após uma sessão profissional.
Hoje sabe-se que basta uma massagem de cerca de 45 minutos para reduzir, no sangue, não só os níveis de cortisol, a chamada hormona do stress, mas também de proteínas ligadas a processos inflamatórios e a reações alérgicas.
Entre as pesquisas que chegaram a estas conclusões está uma do conceituado Cedars-Sinai Medical Center de Los Angeles, publicada, no Outono de 2010, na revista científica Journal of Alternative and Complementary Medicine.
Usando uma amostra de mais de meia centena de pessoas, a investigação registou alterações positivas nos sistemas imunitário e endócrino dos voluntários testados. Além do aumento do número de glóbulos brancos, o cortisol, também conhecido por baixar os níveis de imunidade do organismo, descera significativamente após a massagem. Uma revelação a ter em conta nestes tempos de vírus e bactérias resistentes.
Outro estudo recente confirmou também o poder da massagem no combate a uma das pragas da sociedade moderna: as dores nas costas, que, só em Portugal, afetam cerca de 72 por cento da população, de acordo com uma investigação realizada junto de mais de 600 pessoas, com mais de 18 anos, organizada conjuntamente pela Sociedade Portuguesa de Patologia da Coluna, pela Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia e ainda pela Sociedade Portuguesa de Neurocirurgia.
«Descobrimos que os benefícios da massagem nas dores crónicas nas costas são tão fortes como os de outros tratamentos habitualmente prescritos, como medicamentos, acupuntura, exercício ou yoga, podendo prolongar-se mesmo ao longo de seis meses», afirmou Daniel C. Cherkin, um dos autores da pesquisa norte-americana divulgada na publicação científica Annals of Internal Medicine.
Depois é certo e sabido que, além de ajudarem a esta descontração muscular e articular, a massagens melhoram a circulação sanguínea e linfática, o que resulta numa diminuição de toxinas acumuladas. Algo muito útil quando o organismo está sobrecarregado de resíduos de todo o tipo de abusos.
Na estação fria, as massagens contribuem também para manter uma boa temperatura corporal e para combater a letargia típica do inverno, ao trazerem um acréscimo de energia. Mas não só. Ajudam igualmente a uma maior consciência das necessidades do próprio corpo, mais esquecido quando começa a ser tapado por camisolas e casacos e, por vezes, maltratado pela mente controladora.
Antes de se entregar às mãos de um terapeuta, note que, no caso de doenças graves ou crónicas, que exijam a toma diária de medicação, deve aconselhar-se com o seu médico. Precaução respeitada, é escolher a massagem que mais se adequa à sua situação.
Existem inúmeras técnicas diferentes: relaxantes ou estimulantes, suaves ou intensas, de corpo inteiro ou parciais, com óleos ou sem eles, onde se tira a roupa ou onde se fica com ela. Pergunte tudo na hora de marcar e informe sempre o profissional sobre o seu estado de saúde e motivos reais para a sessão. Só assim ele poderá oferecer-lhe tudo o que a massagem tem para lhe dar.
* Cristina C. Azedo
Adaptado de artigo da minha autoria publicado na Notícias Magazine, revista de domingo do Diário de Notícias e do Jornal de Notícias.
Adaptado de artigo da minha autoria publicado na Notícias Magazine, revista de domingo do Diário de Notícias e do Jornal de Notícias.
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