sábado, 9 de outubro de 2010

"As minhas mãos"


A minha mão,
Pousada na tua pele
Inspirando e
expirando contigo.
Confortando o teu ser
Que conforta o meu.
Sentindo o mesmo arrepio que tu
Criando o mesmo calor dos dois.
E a minha mão,
Deslizando pelo mais superficial de ti,
Puxando o mais dentro de mim
Até ao teu interior maior.
A música,
Dançada com dedos e palmas e braços também.
E eu, cá fora, entrando
Sendo teu filho e tu minha mãe.
E as duas mãos juntas
Pousadas na expiração.
Volvendo e trocadas de lado
Bailarinas do bailado
Do bater do coração.
Em sintonia penetram,
Guiadas pelo teu sentir.
Deixa-me! Deixa-me ir!!
Não penses, descansa, confia,
O melhor estará para vir.
Na inspiração crescemos
E tens mais espaço para o ar.
Somos livres, transparentes
E eu volto a mergulhar
Com as mãos pelos caminhos
Que a tua alma te vai mostrar.
E a minha mão sai pela tua mão,
E pelo teu pé,
Pelo teu peito,
Pelo sexo,
Pela voz,
Pelo topo de ti todo.
E a minha mão
Abre, varre, sacode, ilumina
Sai o teu mal,
A tua angústia, a tua emoção escondida
Perdida num ponto qualquer.
Tornas -te consciência
Encontras-te com a tua essência
E com o melhor de ti.
Lavo, limpo e purifico
Com a luz que te inunda
E brilhas
E brilho
E somos um só até
Tu seres tu
E eu ser eu só
E as minhas mãos saindo ligeiras de ti.

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