Fala-se muito em energia ; positiva ; negativa ; astral ; boa onda.... O termo parece definir uma parte da realidade que a concepção dualista do mundo (material-ideia) não enxerga. Mais como definir melhor essa força ? De onde essas energias vem ?
A medicina tradicional chinesa da uma luz nesse termo a traves do conceito de qi (pronunciado « tchi ».
Para a filosofia da medicina chinesa, o qi, traduzido geralmente por energia, é a base de todos os fenômenos do universo, representado por vários estados da matéria. Assim a energia pode ser tanto o arroz, a matéria prima, o combustível necessário ao corpo pra se movimentar, como o próprio vapor do arroz que cozinha, que é uma forma mais etérea da realidade do arroz. Voltando ao exemplo da festa, a boa energia percebida pelas pessoas se materializa em vários planos ; uma comida ou uma cerveja boa na sua forma mais densa, material e uma boa musica, uns pensamentos positivos, pra frente na sua forma mais etérea.
O conceito de energia permite assim conceitualizar a continuidade que existe entre as energias brutas, materiais e as energias mais refinadas ; etérea, transcendendo a dualidade platônica ocidental.
A variedade infinita dos fenômenos do universo é o resultado da agregação do qi ( formando alguma realidade densa como a própria terra) e da dispersão do qi (como o céu ; realidade mais etérea).
Ao invés da medicina ocidental que concebe o ser humano na concepção platônica dualista(um corpo matéria e uma mente ideia), o chines vê o ser humano como resultado da interação entre o qi do céu e o qi da terra.
Assim ; lembrando que uma mesma energia se manifesta simultaneamente em vários estados da matéria ; uma energia perversa ou doença se manifestara também nesses diferentes planos. O medico levara todos esses aspectos em conta na hora do diagnostico e do tratamento, procurando ativar a circulação do qi nutritivo nos canais energético do corpo e sedando as energias perversas.
Recebendo uma massagem Tui Na, o sujeito não trata só uma dor nas costas, senão também as outras manifestações dessa dor, tanto nos órgãos vitais como nos níveis mais sutis, humor, hábitos de vida, na aparência física.
Na medicina chinesa, o corpo não é visto como um conjunto de órgãos e membros peças. Mas sim como uma totalidade, manifestação continua da energia.
Não somos maquinas, o nosso corpo não é só uma serie de engrenagem que um cirurgião pode ajeitar e trocar quando quebra. O ser humano é uma manifestação muito mais complexa ; continua e sutil que os chineses conseguiram desenhar a traves do conceito de qi.
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