terça-feira, 28 de novembro de 2017

Colégio Americano de Médicos INDICA MASSAGEM EM VEZ DE DROGAS PARA DOR LOMBAR



O Colégio Americano de Médicos (ACP, na sigla em inglês) divulgou nesta segunda-feira novas recomendações para o tratamento de pacientes com dor lombar. Saem os medicamentos, sobretudo os opioides, entram as terapias não farmacêuticas, como aquecimento superficial, massagem e acupuntura. Se as drogas forem necessárias, as diretrizes sugerem a prescrição de anti-inflamatórios não esteroides e relaxantes musculares.

— Nós temos que olhar terapias não farmacêuticas primeiro — disse Nitin Damle, presidente do comitê da ACP, em entrevista ao “New York Times”. — Isso é uma mudança.

Na diretriz anterior, aprovada em 2007, a primeira recomendação era “considerar o uso de medicações com benefícios comprovados”. Para a maioria dos pacientes, dizia a entidade, “opções de medicação de primeira linha são drogas anti-inflamatórias não esteroides e paracetamol”. Na revisão, publicada agora, a ACP alerta que o paracetamol “se mostrou ineficaz para lombalgia aguda”.
De acordo com a associação, a dor lombar é uma das razões mais comuns pela procura de um médico, e cerca de um quarto dos americanos adultos dizem ter enfrentado esse problema ao menos uma vez nos últimos três meses. A lombalgia é classificada como aguda, quando dura menos de quatro semanas; subaguda, entre quatro e 12 semanas; e crônica, quando persiste por mais de 12 semanas.
As dores agudas e subagudas melhoram com o tempo, independentemente do tratamento. Dessa forma, “médicos e pacientes devem escolher tratamentos não farmacológicos como aquecimento superficial, massagem, acupuntura ou manipulação espinhal”.
— A dor lombar tem um curso natural e não requer intervenção — disse James Weinstein, diretor do Centro Médico Dartmouth-Hitchcock, em New Hampshire.
Mas até para pacientes com dor lombar crônica, a ACP recomenda como primeira alternativa terapias sem o uso de drogas:
“Exercícios, reabilitação multidisciplinar, acupuntura, redução do estresse, tai chi, ioga, exercício controle motor, relaxamento progressivo, eletromiografia, terapia a laser de baixo nível, terapia operante e cognitivo comportamental e manipulação espinhal demonstraram melhora nos sintomas, com baixo risco de danos”, diz a nova recomendação. “A ACP enfatiza que terapias físicas devem ser administradas por profissionais com treinamento apropriado”.
Caso o paciente não tenha uma resposta adequada, os médicos devem considerar o tratamento farmacológico com anti-inflamatórios não esteroides como primeira linha, e tramadol e duloxetina como segunda opção.
“Médicos devem apenas considerar opioides como opção em pacientes que falharam nos tratamentos anteriores, e apenas se os benefícios potenciais superarem os riscos”, diz a entidade.
— O que nós precisamos fazer é parar de medicalizar sintomas — afirmou Weinstein. — Eu sei que suas costas doem, mas vá correr, seja ativo, em vez de tomar uma pílula.

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