terça-feira, 6 de maio de 2014

A Massagem e sua importância no tratamento da Depressão


Se você nunca experimentou uma massagem profissional, 
provavelmente, como a maioria das pessoas, não pensa 
em gastar o seu dinheiro com algo que é visto como luxo 
ou capricho. No entanto, é importante saber que sessões 
regulares de massagem não só ajudam a relaxar como
 também podem servir de tratamento para alguns 
problemas de saúde, dentre eles a Depressão.

Os métodos de massagem terapêutica são simples e
 eficientes para produzir respostas mediadas por meio
 do sistema nervoso, da interação com o sistema endócrino,
 do tecido conectivo e dos sistemas circulatórios. 

Técnicas de massagem terapêutica são capazes de substituir 
a farmacêuticas em casos de manifestações brandas
 de sintomas em determinadas disfunções. Como suplemento
 de ajuda à terapia medicamentosa pode reduzir as dosagens 
e a duração do uso de fármacos, diminuindo assim o risco de 
efeitos colaterais. 

O uso da massagem para a ansiedade, a depressão e a 
dor crônica pode ser benéfica em conjunção com um protocolo
 de tratamento multidisciplinar (FRITZ, 2001, p. 174).




Efeitos Fisiológicos da massagem na depressão

É importante lembrar que quando os pacientes são tocados,
 a sua psique também é tocada; é literalmente impossível 
separar a psique do corpo. É comum que o tratamento 
físico seja capaz de alterar o estado psicológico do 
paciente, em forma de alterações de humor, de uma nova 
percepção da imagem corporal e em mudanças de comportamento.

Os conceitos fundamentais que explicam os efeitos da 
massagem terapêutica baseiam-se no princípio de 
que a massagem age diretamente nos tecidos moles 
ou fluídos corporais estimulando o sistema nervoso, o 
sistema endócrino, as substâncias químicas do corpo, além 
de sua ação como efeito placebo.

Os efeitos da massagem sobre o Sistema Nervoso

O sistema nervoso responde aos métodos de massagem 
terapêutica por meio da estimulação dos receptores 
sensoriais pelo toque. A estimulação sensorial da massagem
 interrompe um padrão existente nos centros de controle do
 SNC, resultando numa mudança de impulsos motores. 
Essa mudança nos impulsos motores acarretaria uma alteração
 da homeostase (equilíbrio do organismo) e regularia os 
padrões vitais e a liberação de neurotransmissores.

Pesquisas atuais apontam que a maioria dos problemas 
no comportamento, humor e percepção de estresse e dor,
 bem como outras desordens chamadas de mentais/emocionais,
 são causadas pela desregulação ou falta das substâncias
 bioquímicas. A massagem regularia esses níveis bioquímicos
, melhorando os sinais de ansiedade, atenção e diminuindo os 
traços depressivos.

A influência da massagem nas Substâncias Neuroendócrinas

Algumas das principais substâncias químicas reuroendócrinas
 influenciadas pela massagem são as seguintes:

Dopamina: Influencia a atividade motora e do humor.

Serotonina: Regula o humor e reduz a irritabilidade. Também 
modula o ciclo de sono/vigília. Um baixo nível de serotonina 
tem implicação na depressão, distúrbios alimentares, 
problemas de dor e desordens obsessivo-compulsivas.

Epinefrina/Adrenalina e Norepinefrina/Noradrenalina: 
A epinefrina ativa mecanismos de excitação no corpo, 
ao passo que a norepinefrina funciona mais no cérebro. Elas 
são as substâncias químicas da ativação, da excitação, do 
alerta e do alarme; na resposta de luta e fuga e em todos 
os comportamentos e funções de excitação simpática. 
Se os níveis dessas substâncias químicas estão 
elevados, ocorre uma hiperatividade e uma hipervigilância - a 
pessoa pode ter um padrão de sono perturbado, em particular 
uma falta de sono. Com baixo nível dessas substâncias
 o indivíduo fica indisposto, sonolento, fatigado e subestimado.

Encefalinas/endorfinas: São substâncias que levantam o 
ânimo e que dão suporte à saciedade e modulam a dor. 
A massagem aumenta os níveis disponíveis destas substâncias.
 A duração do efeito da massagem, em função do esgotamento 
das encefalinas é de aproximadamente 48 horas.

Ocitocina: Ligada a sentimentos de atração, junto com suas 
funções mais clínicas durante a gravidez e lactação.

Cortisol: Um dos hormônios liberados pelas glândulas 
supra-renais durante períodos de estresse prolongado. 
Níveis elevados desse hormônio indicam aumento de estimulação simpática.
Há evidências suficientes, também, que correlacionam o 
estresse à depressão – o que justificaria o fato da aplicação
 de massagem em pacientes estressados e/ou deprimidos.

Hormônio do crescimento: Promove a divisão celular e em 
adultos tem sido implicado nas funções de regeneração e 
reparação de tecidos. A massagem dinamiza, de forma indireta, 
a disponibilidade do hormônio do crescimento, encorajando o 
sono e reduzindo o nível de cortisol.

Pesquisas tem demonstrado que a massagem terapêutica 
aumenta os níveis de dopamina, serotonina, encefalinas, 
endorfinas e a ocitocina, além de reduzir os níveis 
sanguíneos e salivares de cortisol. Esta informação é de 
grande relevância, visto que são hormônios altamente 
relacionados com os pacientes deprimidos.

Conclui se que a depressão sendo um problema tão
 relevante
 de saúde pública, devido a sua alta incidência em 
todas as 
idades, sexos e classes sociais, necessita de arsenal terapêutico 
mais variado. Na prática clínica a equipe de saúde tem centrado 
suas ações contra a depressão basicamente em reduzidas ofertas,
 como a medicamentosa e a psicoterapêutica. 


Outras possibilidades terapêuticas devem ser buscadas, 
principalmente na área não medicamentosa – reduzindo os 
efeitos colaterais gerados por tal intervenção, possivelmente 
minimizando os gastos com saúde e favorecendo uma abordagem
 multidisciplinar para tal problema.

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