Alimentar ideias negativas sobre si mesmo, a vida e os outros gera emoções dolorosas que podem transformar-se em doenças. Aprenda a identificar e afastar pensamentos tóxicos e conquiste mais saúde e felicidade
Pensamentos se tornam palavras. Palavras se transformam em ações. Ações viram hábitos. Hábitos definem seu perfil. Seu perfil traça seu destino. Olhando essa equação, explicada assim, de forma tão simples e direta, fica difícil não perceber o quanto ela é exata.
Mas o fato é que, no dia a dia, a gente não presta atenção aos pensamentos e mal percebe quando está preso num círculo vicioso de ideias negativas. O alerta muitas vezes vem dos outros, que fogem de nosso mau humor, ou do corpo, que grita por socorro em meio a dores e doenças psicossomáticas.
Em seu famoso livro O Poder do Agora (ed. Sextante), o escritor alemão radicado no Canadá Eckhart Tolle, um renomado especialista em espiritualidade, afirma que nós somos bombardeados por pensamentos ruins o tempo todo. Algumas vezes eles aparecem sob a forma de vozes internas, outras, como imagens ou até “filmes” mentais. É um processo involuntário e constante que drena nossa energia vital, além de causar tristeza, medo e ansiedade. “O pensar compulsivo é como um vício, exatamente porque você não consegue parar”, escreve.
Segundo Price Pritchett, especialista em Psicologia Positiva e autor do livro O Otimismo Atrai o Sucesso – As 12 Práticas para Reduzir o Pensamento Negativo e Adotar a Atitude de um Vencedor (ed. Cultrix), é provável que 70% dos nossos pensamentos negativos passem despercebidos. Isso porque eles se escondem sob a forma de queixas, preocupações, críticas ou pena dos outros. “Quando estamos em um desses quatro modos de pensar, filtramos mentalmente nossas experiências para enfocar o negativo. Mais especificamente, estamos plantando sementes de pessimismo”, diz.
É como se houvesse uma espécie de lente distorcida capaz de escurecer a realidade. “Algumas pessoas só percebem o mundo através de um ponto de vista sombrio, mesmo quando a situação não tem essa conotação. Até quando tudo parece caminhar bem e acontece apenas uma coisa ruim, todo o resto perde o sentido para elas”, explica a psicoterapeuta junguiana Sâmara Jorge.
Para a psicanalista Cida Lessa, essa dinâmica de supervalorizar o negativo pode ser considerada um fenômeno coletivo hoje em dia. “Vivemos um momento muito estressante, tudo tem de ser para ontem, as informações chegam muito rapidamente e a pressão no trabalho é cada vez maior. Diante disso, as pessoas passam a se cobrar demais, criando altas expectativas e, quando uma delas não é atingida, se colocam em posição de vítima.”
Sem reclamação
Se isso acontece, imediatamente, todos os nossos problemas passam a ser considerados responsabilidade dos outros: nossos pais, filhos, chefe, marido ou até mesmo do tempo. É aí que a gente ouve – ou diz – aqueles famosos jargões: ‘só comigo’, ‘ninguém me entende’, ‘nunca vou conseguir’, ‘tudo sempre acaba mal para mim’, ou simplesmente ‘desisto’.
A vice-presidente da Sociedade Brasileira de Coaching Flora Victoria explica que pensar negativamente é enxergar apenas determinado ponto da questão. “O pessimista acredita na permanência do problema, generaliza o que é ruim e especifica o que é bom. Diz que nada funciona para ele. Quando a gente o lembra daquela vez que deu certo, ele alega que foi uma exceção. Já o otimista faz o contrário, sabe que as adversidades são passageiras e que dificilmente as coisas dão errado”, afirma.
Segundo Flora, nós aprendemos desde pequenos a filtrar a realidade, direcionando nosso entendimento dos fatos a partir das crenças pessoais. “Fazemos de tudo para confirmar nossas crenças, porque elas são um terreno seguro para nós. Ao observarmos os acontecimentos, descartamos tudo aquilo que destoa do caminho que conhecemos e selecionamos apenas as provas de que nossas opiniões estão certas”, explica.
Assim também pensa a consultora americana Linda Spangle, autora de diversos livros sobre perda de peso, como Life Is Hard, Food Is Easy (em tradução livre, “Viver É Difícil, Comer É Fácil”), ainda não publicado no Brasil. Em suas palestras sobre motivação, Linda afirma que a mente tem uma importância determinante nos resultados que obtemos em qualquer questão. Ela usa a fórmula: fato-pensamento-ação-resultado para demonstrar que é nossa interpretação dos acontecimentos que determina o sucesso ou fracasso em uma situação.
Para ilustrar a teoria, imagine a seguinte situação. Uma mulher marca um encontro com seu namorado em um restaurante ao meio-dia. Chega pontualmente e o espera. Passam 15 minutos e nada. Ela começa a ficar aflita. Como não confia nos homens, logo pensa no pior. Liga para seu celular, mas só dá caixa postal. Meia hora depois, tenta o telefone do escritório, mas ninguém atende. Sua angústia aumenta. “Ele só pode ter se esquecido do compromisso”, pensa.
“Ou será que está com outra?” Em meio às alucinações, ela se levanta para ir embora quando ele chega sorridente. Mas, antes de ouvir o que tinha a dizer, ela pergunta irritada: “Como você pôde fazer isso comigo?”. Se tivesse controlado as tempestades mentais e não se deixado levar pela emoção, daria a ele uma chance de se explicar e saberia que o rapaz foi chamado às pressas pelo chefe para ser promovido e não conseguiu avisá-la. No entanto, em vez de um almoço de comemoração, o episódio termina em fim de relacionamento. Revoltada, ela confirma sua tese: homem nenhum presta!
De acordo com a escritora, nossas leituras distorcidas sobre os fatos se baseiam em experiências anteriores que não deram certo. “Seu passado não determina seu futuro. Aliás, seus erros e fracassos anteriores não têm nada a ver com sua capacidade de ser bem-sucedida agora. Elimine a crença de que as coisas sempre acontecem do mesmo jeito e de que você nunca chegará aonde quer. Quando essa ideia vier à mente, afirme: eu costumava ser assim. Não sou mais”, aconselha.
Pensamentos se tornam palavras. Palavras se transformam em ações. Ações viram hábitos. Hábitos definem seu perfil. Seu perfil traça seu destino. Olhando essa equação, explicada assim, de forma tão simples e direta, fica difícil não perceber o quanto ela é exata.
Mas o fato é que, no dia a dia, a gente não presta atenção aos pensamentos e mal percebe quando está preso num círculo vicioso de ideias negativas. O alerta muitas vezes vem dos outros, que fogem de nosso mau humor, ou do corpo, que grita por socorro em meio a dores e doenças psicossomáticas.
Em seu famoso livro O Poder do Agora (ed. Sextante), o escritor alemão radicado no Canadá Eckhart Tolle, um renomado especialista em espiritualidade, afirma que nós somos bombardeados por pensamentos ruins o tempo todo. Algumas vezes eles aparecem sob a forma de vozes internas, outras, como imagens ou até “filmes” mentais. É um processo involuntário e constante que drena nossa energia vital, além de causar tristeza, medo e ansiedade. “O pensar compulsivo é como um vício, exatamente porque você não consegue parar”, escreve.
Segundo Price Pritchett, especialista em Psicologia Positiva e autor do livro O Otimismo Atrai o Sucesso – As 12 Práticas para Reduzir o Pensamento Negativo e Adotar a Atitude de um Vencedor (ed. Cultrix), é provável que 70% dos nossos pensamentos negativos passem despercebidos. Isso porque eles se escondem sob a forma de queixas, preocupações, críticas ou pena dos outros. “Quando estamos em um desses quatro modos de pensar, filtramos mentalmente nossas experiências para enfocar o negativo. Mais especificamente, estamos plantando sementes de pessimismo”, diz.
É como se houvesse uma espécie de lente distorcida capaz de escurecer a realidade. “Algumas pessoas só percebem o mundo através de um ponto de vista sombrio, mesmo quando a situação não tem essa conotação. Até quando tudo parece caminhar bem e acontece apenas uma coisa ruim, todo o resto perde o sentido para elas”, explica a psicoterapeuta junguiana Sâmara Jorge.
Para a psicanalista Cida Lessa, essa dinâmica de supervalorizar o negativo pode ser considerada um fenômeno coletivo hoje em dia. “Vivemos um momento muito estressante, tudo tem de ser para ontem, as informações chegam muito rapidamente e a pressão no trabalho é cada vez maior. Diante disso, as pessoas passam a se cobrar demais, criando altas expectativas e, quando uma delas não é atingida, se colocam em posição de vítima.”
Sem reclamação
Se isso acontece, imediatamente, todos os nossos problemas passam a ser considerados responsabilidade dos outros: nossos pais, filhos, chefe, marido ou até mesmo do tempo. É aí que a gente ouve – ou diz – aqueles famosos jargões: ‘só comigo’, ‘ninguém me entende’, ‘nunca vou conseguir’, ‘tudo sempre acaba mal para mim’, ou simplesmente ‘desisto’.
A vice-presidente da Sociedade Brasileira de Coaching Flora Victoria explica que pensar negativamente é enxergar apenas determinado ponto da questão. “O pessimista acredita na permanência do problema, generaliza o que é ruim e especifica o que é bom. Diz que nada funciona para ele. Quando a gente o lembra daquela vez que deu certo, ele alega que foi uma exceção. Já o otimista faz o contrário, sabe que as adversidades são passageiras e que dificilmente as coisas dão errado”, afirma.
Segundo Flora, nós aprendemos desde pequenos a filtrar a realidade, direcionando nosso entendimento dos fatos a partir das crenças pessoais. “Fazemos de tudo para confirmar nossas crenças, porque elas são um terreno seguro para nós. Ao observarmos os acontecimentos, descartamos tudo aquilo que destoa do caminho que conhecemos e selecionamos apenas as provas de que nossas opiniões estão certas”, explica.
Assim também pensa a consultora americana Linda Spangle, autora de diversos livros sobre perda de peso, como Life Is Hard, Food Is Easy (em tradução livre, “Viver É Difícil, Comer É Fácil”), ainda não publicado no Brasil. Em suas palestras sobre motivação, Linda afirma que a mente tem uma importância determinante nos resultados que obtemos em qualquer questão. Ela usa a fórmula: fato-pensamento-ação-resultado para demonstrar que é nossa interpretação dos acontecimentos que determina o sucesso ou fracasso em uma situação.
Para ilustrar a teoria, imagine a seguinte situação. Uma mulher marca um encontro com seu namorado em um restaurante ao meio-dia. Chega pontualmente e o espera. Passam 15 minutos e nada. Ela começa a ficar aflita. Como não confia nos homens, logo pensa no pior. Liga para seu celular, mas só dá caixa postal. Meia hora depois, tenta o telefone do escritório, mas ninguém atende. Sua angústia aumenta. “Ele só pode ter se esquecido do compromisso”, pensa.
“Ou será que está com outra?” Em meio às alucinações, ela se levanta para ir embora quando ele chega sorridente. Mas, antes de ouvir o que tinha a dizer, ela pergunta irritada: “Como você pôde fazer isso comigo?”. Se tivesse controlado as tempestades mentais e não se deixado levar pela emoção, daria a ele uma chance de se explicar e saberia que o rapaz foi chamado às pressas pelo chefe para ser promovido e não conseguiu avisá-la. No entanto, em vez de um almoço de comemoração, o episódio termina em fim de relacionamento. Revoltada, ela confirma sua tese: homem nenhum presta!
De acordo com a escritora, nossas leituras distorcidas sobre os fatos se baseiam em experiências anteriores que não deram certo. “Seu passado não determina seu futuro. Aliás, seus erros e fracassos anteriores não têm nada a ver com sua capacidade de ser bem-sucedida agora. Elimine a crença de que as coisas sempre acontecem do mesmo jeito e de que você nunca chegará aonde quer. Quando essa ideia vier à mente, afirme: eu costumava ser assim. Não sou mais”, aconselha.
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