quarta-feira, 23 de junho de 2010

O relacionamento entre o paciente e o terapeuta


Uma dinâmica essencial da massagem, como ocorre com qualquer outra terapia, centra-se no relacionamento entre o paciente e o terapeuta. Em uma situação ideal, essa relação é construída em bases profissionais, ou seja, sem chegar a extremos -demasiadamente fria e distante ou demasiadamente íntima. Entretanto, encontrar e manter o grau apropriado de proximidade é um desafio para o terapeuta e pode exigir um ajuste constante.

Sem dúvida, é de extrema importância que o terapeuta tenha empatia pelo paciente; e isso implica a compreensão de seus sentimentos, bem como a oferta de conforto e consolo. No entanto, demonstrar compaixão pode fazer o paciente sentir-se suficientemente seguro e confortável para partilhar certas emoções pessoais com o terapeuta. É fundamental então que o terapeuta tenha o controle da situação e seja explícito sobre as questões emocionais que pode ou deseja partilhar com o paciente.

Devemos lembrar que alguns temas emocionais são complexos demais para um terapeuta; é melhor evitar a situação e, para isso, o paciente pode ser incentivado a buscar ajuda com um psicólogo. Além disso, qualquer tentativa de lidar com questões emocionais delicadas, a menos que o profissional seja treinado para tal, é um desserviço por parte do terapeuta. Um exemplo de situação difícil e delicada é o da transferência, quando a pessoa transfere emoções do passado para o presente. Sem dúvida, embora inconsciente, esta é uma ação negativa, pois sentimentos e expectativas de relacionamentos anteriores são transferidos, negativa e involuntariamente, para as interações atuais. Por esse processo, o paciente pode transferir, de forma inconsciente, emoções como raiva, amor ou poder para o terapeuta porque, em sua mente, o profissional representa alguém do passado.
A transferência pode ser realizada de modo sutil ou explícito, mas, de qualquer forma, o terapeuta torna-se o receptor de sentimentos imerecidos. A situação às vezes gera problemas não apenas para o terapeuta mas também para o paciente, que é incapaz de lidar com essas emoções; advém daí a necessidade de um aconselhamento profissional.

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