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Com tudo isso, concluí que a massagem pode propiciar por um lado uma experiência de forte relaxamento e também de importante experiência de autoconhecimento. Pode propiciar a quem a recebe, um engajamento com seu próprio corpo de forma a aprender o relaxamento, a se apropriar da sua própria forma, tal como ela é. Como finalidade, a massagem é relaxamento, conforto, bem-estar, prazer. E será tão mais profunda quanto maior for a abertura para a interação com o processo terapêutico implicado nesse trabalho.
Também é importante valorizar algumas idéias. Uma boa interação com o cliente deve ser construída durante o processo de massagem. A mão do terapeuta deve entender os limites da outra pessoa. Limites emocionais e corporais são estabelecidos no sentido de o cliente poder sentir suas fronteiras (pele), sua estrutura (músculos e ossos). Nessa interação, onde os limites são respeitados, o cliente pode crescer sem medo na direção das sensações puramente somáticas, dialogando com sua própria percepção de si e suas emoções, vividas no seu próprio tempo.
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Quando esse aprofundamento acontece, as respostas do corpo são intensas. Respostas emocionais se dão, espontaneamente. Todo o continuar do processo de massagem será gerar novos conhecimentos de si através do corpo sentido e da interação com o terapeuta. Novos estados de si vão sendo experimentados e incorporados. É um processo educativo e auto-regulador, onde se “aprendem” novas formas de ser, o corpo começa a trabalhar a favor, começa a criar diálogos internos e pode-se chegar a dizer profundamente: “eu compreendo o meu corpo”.
Cláudia Leal